Desde agosto de 2010, o SOS Parque da Água Branca - Movimento em Defesa do Parque Dr. Fernando Costa/Parque da Água Branca, está mobilizado para tentar evitar que os gestores do Parque descaracterizem este patrimônio histórico paulista.
O Movimento sabe que suas reivindicações não estão sendo atendidas. Entregamos cópias do abaixo-assinado ao Fundo de Solidariedade do Estado de São Paulo e ao Secretário de Agricultura, porém até hoje não tivemos qualquer retorno.
As obras na área das nascentes, denominada de Bosque das Palmeiras, só foi paralisada porque denunciamos ao Ministério Público que ela estava sendo realizada em área de proteção permanente (APP), e a Cetesb emitiu uma autorização posterior a obra começada o que nos parece, no mínimo, uma irresponsabilidade. Até o momento, o DAEE e a direção do parque não apresentaram ao SOS Parque da Água Branca qualquer resposta a este problema e explicações a respeito de tal arbitrariedade.
Não houve qualquer manifestação formal dos administradores do parque com relação ao desmatamento ocorrido no sub-bosque da Trilha do Pau-Brasil e nem aos cortes ilegais, apontados no laudo do Ministério Público, que são alvo de Inquérito Civil, aberto pelo promotor Dr. Washington Lincon de Assis. Ainda pior, a direção do parque continua afirmando à imprensa que nesta área foi feita a limpeza de entulho, lotando seis caçambas. Como é possível denominar de lixo e entulho o sub-bosque e a vegetação rasteira?
Após todas as ações junto ao Ministério Público, não verificamos qualquer mudança de atitude com relação à retirada das áreas verdes do parque, muito pelo contrário. O que podemos constatar é que todas as áreas onde havia sub-bosque e vegetação rasteira foram retiradas sem qualquer critério de preservação do verde existente. Mais de 70% das mudas que foram plantadas recentemente morreram, pois as espécies não são adequadas e foram colocadas em solo seco, sem o devido preparo prévio. Este plantio também não respeita qualquer critério técnico de reflorestamento que determina que ao redor de uma espécie maior, devem ser plantadas as sub-espécies que lhe dão a devida sustentação e compõe uma verdadeira mata.
Reivindicamos que este parque possua um conselho deliberativo e que o movimento SOS Parque da Água Branca possua cadeira com direito a voto e de peso equilibrado, pois representamos mais de 4.800 cidadãos abaixo-assinados.
Por fim, o Parque da Água Branca necessita de uma unidade administrativa e que esteja sob direção da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, pois acreditamos que este é o melhor caminho para que o Parque receba os cuidados necessários para a sua preservação, manutenção e enriquecimento de sua fauna e flora. Queremos que o patrimônio seja preservado e mantido dentro de suas características rurais.
O Parque Dr. Fernando Costa /Parque da Água Branca é tombado pelo CONDEPHAAT (estado) e CONPRESP (município) como bem cultural, histórico, arquitetônico-urbanístico, tecnológico e paisagístico.
O Parque da Água Branca está passando por várias reformas. São restauros nas construções históricas, corte de árvores, alterações na vegetação, praça de alimentação, novos passeios, pedriscos, praça de leitura, pisos intertravados, retirada das aves soltas (patos, gansos e cia), privatização do estacionamento... Todas de uma vez e todas de repente. Algumas muito bem vindas, outras muito questionáveis. Aqui você encontrará informações e opiniões sobre tudo isso que está ocorrendo no Parque.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
COMUNICADO do SOS Parque da Água Branca
Postado por
Movimento Água Branca
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08:40
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16 comentários:
Quero manifestar meu desapreço pelas inquietantes e persistentes reformas pelas quais o parque da Água Branca vem passando.
Desnecessário comentar o grau de absurdo que cada uma delas comporta restando somente constatar que pouca diferença haverá entre o Parque e qualquer praça de lazer e alimentação que prolifera nos shopping centers e condomínios de classe média.
Esse olhar unificador supõe que os parques públicos nada mais são do que uma extensão da mediocridade que define o consumidor na contemporaneidade, e que definem também as políticas chamadas ambientais quando elas mal se distinguem das práticas de higienização que, baseadas no princípio de rentabilidade, redesenharam a cidade no século XIX aniquilando modos de existência ou relegando-os a guetos. Que crianças, jovens, velhos, plantas e animais sejam destinados a locais específicos e tenham suas práticas de convivência limitadas por regramentos utilitários é de fato o avesso de um discurso da diferença cujo direito, em nada melhor, é aquele que determina a boa diferença.
Não há nada para comemorar olhando a miséria afetiva a que foram reduzidos seus frequentadores de todas as idades, seus habitantes de variado tipo submetidos ao pensamento e ao gosto de um grupo, de uma época cuja tristeza não se distingue da sociabilidade autoritária que faz proliferar.
Não há nada para comemorar.
Nem da perspectiva dos animais, nem das plantas, nem das gentes.
Recentemente estive no parque Lage, no Rio de Janeiro e é interessantP ver qual o modelo de parque o qual segue o nosso Parque da Água Branca
seu modelo são parques como o passeio público, o próprio Parque Lage e até mesmo o nosso Parque Trianon. Ou seja, existe uma visão de parque que tende a abaixar a temperatura para ser agradável aos visitantes, que abriga pequenos animais, que aumenta a umidade local.
Todos estes parques tem sob as grandes árvores uma folhagem, um pouco ao exemplo da mata atlantica
as árvores q estão ali quando morrem apenas são podadas (para que galhos mais pesados não venham a ferir ninguém, mas ali permanecem para produzir humus, para abrigar animais, como em um pequeno recorte de mata.
É este o modelo que conhecemos do Parque da Água Branca. É triste ver o parque transformado por caminhos de pedra seca, sem mais a vegetação que mantinha a umidade e temperatura agradáveis, e mesmo o solo rico para o crescimento das próprias árvores. Ou seja, o paisagismo brega que assolou o parque, este paisagismo de "parada de estrada" com suas plaquinhas de indicação etc...fez o parque de rural passar a caricatura de caipira...
Seguem as fotos do aprque lage, que lembram muito o que foi o espaço ao lado da entrada pela rua Ministro Godoy.
O Parque d'Água Branca sempre foi um lugar/canto onde eu fazia uma pausa. Gostava do fato dele ser cercado por uma diversidade de plantas envolvidas como em uma floresta. Com a vinda destas mudanças que radicalizaram o parque, deixou de ter a marca que era única do Parque d'Água Branca. Não há como voltar a sentir a mesma afeição. As pessoas se afeiçoam as coisas, criam vínculos, criam estórias, criam no espaço: lugares e cantos. O que ocorre é que, no propósito de, simplesmente, fazer algo novo, não pensaram que o Parque d'Água Branca estava revestido dele mesmo e de todas as estórias e afinidades. Por que não podemos nos afeiçoar as coisas? Por que elas tem que se tornar novas? Por que as coisas não podem se tornar velhas e antigas? Elas não perdem o seu valor. Por que temos que esconder as marcas e acúmulos provocados pelo tempo? Afinal, somos pessoas sensíveis, gostamos de cultivar lugares, pois a única coisa que permanece é o espaço e a memória. E no final, com a vinda deste novo Parque, agora temático, o antigo Parque d'Água Branca vem tornando-se só memória.
Mas, acredito, que ele pode se tornar uma pausa novamente, um lugar de convívio e não uma passarela. O Parque d'Água Branca não precisa de passarelas, mas sim de multidões de plantas e bichos para observarmos e com eles nos aventurarmos. Não precisa de caminhos feitos de pedrinhas e árvores enfileiradas. A cidade de São Paulo já é enfileirada de carros e ruas. O Parque d Água Branca era um recanto da natureza, esta que se faz sozinha e não é atropelada pela inevitável vontade do homem de engolir tudo que vê pelo caminho.
O Parque não é um quintalzinho, é um local repleto de vidas. Abelhas, borboletas, pássaros, saguis, galinhas, galos, perus, patos, gansos, gatos... árvores remanescentes de Mata Atlântica, vegetação que salva os pulmões dos moradores da região centro. Moro ali, vizinha ao parque, na Rua Monte Alegre. Meus filhos cresceram brincando e respeitando o Parque da Água Branca. Eu também! Passeava ainda bebe com meus pais e meu irmão. Cresci vendo o parque mudar e resistir e sobreviver. Aprendemos a amar o parque e respeitar a vida que ele abriga. Seus olhos d'àgua, o lago que as construções em torno secaram... O parque clama por nossos cuidados. Ajudem-nos a defendê-lo!
Já não há mais respeito aos pedestres, carros pra lá e pra cá impossibilitam a realização de exercícios físicos.
Tá um caos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Contem comigo!
Eu ouvi parte de uma entrevista e vi que é bastante induzida.
Vergonhoso
EXPRESSO O MEU TOTAL APOIO PELA MANUTENÇÃO ORIGINAL DE UM DOS BERÇOS DA HUMANIDADE, QUAL SEJA O PARQUE DA ÁGUA BRANCA DE SÃO PAULO.
NÃO APOIO NENHUM MOVIMENTO QUE TENHA POR OBJETIVO MODIFICAR OU EXTINGUIR O REFERIDO PARQUE.
MARLENE DE OLIVEIRA PADILHA
Queremos o parque com suas características rurais, com bichos andando pelos matinhos e as nascentes preservadas.
O parque não é um shopping center.
Não tem cabimento ter uma praça de alimentação com fastfood! queremos nossas comidinhas da terra, bem caipiras e ede preferência orgânicas.
Quem quiser fastfood que vá a um shopping!
Gostaria de mais uma vez, manifestar meu desafeto com a reforma que vem ocorrendo no Parque de Água Branca, acho tudo isso um absurdo parece que é somente para gastar a verba, o parque está sendo destruído, os animais estão super assustados e está sendo totalmente descaracterizado.
Sobre a trilha do pau brasil, aquilo foi outra bobagem, ficou uma coisa estranha que ninguém utiliza porque o barato do parque é andar, percorrer ele todo e curtir toda aquela vegetação.
Simplesmente isso é inadmissível, é um patrímônio que visivelmente está sendo destruído e ninguém faz nada!!
Não permitam a ignorância do humano destrua mais essa natureza...
Gostaria de me posicionar sb. o assunto, acrescentando que não somente o andamento das reformas propostas para o parque devem continuar merecendo nossa atenção e cuidados, assim como também sua ocupação, no meu entender, já um tanto desordenada, privilegiando um comércio incompatível com os propósitos a favor de sua preservação. Vide a quantidade de barracas e ambulantes, vendendo alimentos e bugigangas, aos domingos e feriados, assim ocupando, áreas importantes p/ a manutenção ecológica do ambiente. Só está faltando uma banca de cachorro quente, em baixo do bambuzal... Saudações
Venho frisar minha inquietação frente às reformas que estão sendo feitas no Parque da Água Branca, sem os devidos esclarecimentos aos seus frequentadores. O parque é patrimônio da cidade, não só por seus aspectos naturais e paisagísticos, mas também porque guarda um tempo totalmente diferente do ritmo que predomina na metrópole que é hoje São Paulo. As interferências, pelo que se vislumbra até o momento, vão descaracterizar e quebrar a unidade e a história desse recanto tão precioso.
Junto-me àqueles que, exercendo plenamente seus direitos de cidadania, protestam pela paralisação das obras, na exigência de esclarecimentos e avaliação do impacto das reformas.
Mais uma vez a cidadania é vítima de ações isoladas e sem uma visão abrangente no trato do espaço urbano de nossa tão maltratada cidade.
Estamos soterrados sob uma avalanche de propostas de readequação do espaço urbano, discutidas de maneira limitada e que não atendem aos mais legítimos interesses da cidadania. Como exemplo podemos citar: Operações Urbanas Água Branca, Lapa-Brás, Diagonal Norte e Sul, Arena Multiuso do Palmeiras, Fábrica dos Sonhos, "reforma" do Parque da Água Branca dentre outros.
Não existem diretrizes gerais que definam como o território de São Paulo deve crescer e requalificar-se, cada caso é um caso e, no mais das vezes, atendendo prioritariamente interesses do mercado imobiliário.
O Parque da Água Branca sempre foi uma das poucas reservas ambientais com características peculiares e assim deveria ser mantido, inclusive servindo de referência para mostrar que parques urbanos podem ser diferenciados uns dos outros e não necessariamente iguais a partir de uma concepção pobre e limitada de tratamento do espaço urbano.
Oxalá possamos preservá-lo e protegê-lo!!
Ros Mari Zenha
Conselheira CADES SVMA
Macro Região Centro Oeste 1
(Lapa, Butantã, Pinheiros)
Venho por meio deste me posicionar formalmente contrária às intervenções que vem sendo feitas no Parque da Água Branca, como a construção da pista de cooper, com a poda da vegetação de sub-bosque.
Esse tipo de intervenção descaracteriza o Parque, que vem, ao longo de décadas, resguardando um ambiente com ares rurais e naturais, com presença linda de animais, como os pássaros, micos e galos e galinhas, que é maravilhoso existir em uma metrópole como São Paulo e que proporciona aos habitantes desta cidade vivenciar um tipo de ambiente que está se tornando desconhecido da maioria, e uma tranqüilidade rara.
Repudio a intervenção programada para a área das nascentes! Peço que vejam o que foi feito na área das nascentes do Ipiranga, no Jardim Botânico, um modelo simples, belo, barato, que permite a visitação da área e a contemplação do ambiente natural, sem pisoteio do solo e mantendo-o íntegro e vivo. Os humanos não têm acesso ao solo, que fica resguardado, mas caminham entre as árvores em pistas suspensas, de madeira. Esse modelo seria o ideal para a área de fontes e vegetação natural que resta no Parque da Água Branca.
Neste final de semana fui abordado por pesquisadora do IBOPE Inteligência com questionário sobre as obras em andamento no Parque da Água Branca, sob a responsabilidade do Governo do Estado.
Pelas perguntas e as alternativas de respostas, nota-se que a "pesquisa" induz os entrevistados à aprovação das obras como um todo.
Para separar o joio do trigo, fiz consignar comentários destacando as obras bem-vindas, como a reforma dos prédios, há muto abandonados pelo Governo do Estado, das outras, como destruição dos tanques e mananciais no Bosque das Palmeiras e suas árvores, destruição do sub-bosque, executadas ao arrepio dos dispositivos legais existentes, inclusive Constitucionais - Título VIII - Capítulo VI - art. 225, o que configura inequivocamente crimes ambientais.
Muito provavelmente os meus comentários não integrarão a tabulação dos dados levantados em campo por aquele Instituto.
Na mesma data, 16.10 p.p., constatei a presença de um furgão da TV Globo no local, com cinegrafistas, que vieram entrevistar a Sra. Deuzeni Goldmann, esposa do Governador, que também se encontrava no local, aparentemente com a mesma finalidade de divulgar a aprovação das obras que a mesma executa no Parque, através da fundação que dirige.
Conheço o Parque da Água Branca desde 1943, quando meu Pai nos trazia de Santos pela antiga SPR - São Paulo Railway.
Mais uma vez, reforço que somos a favor da preservação das características rurais do Parque da Água Branca e de sua manutenção, do bom uso do dinheiro público e que os freqüentadores participem das decisões que afetem o Parque, por meio de um conselho gestor deliberativo.
Somos contra a descaracterização do Parque da Água Branca, que também é Patrimônio Histórico Paulista, por meio das intervenções que estão sendo realizadas - desmatamento de sub-bosque, retirada dos animais, implantação de paisagismo de condomínio, construção de tanques e pisos na área das nascentes e olhos d'água, protegidas por legislação ambiental por ser uma Área de Proteção Permanente (APP).
Agradecendo pela atenção, deixo aqui resgistrados o meu posicionamento e a minha denúncia.
Engenheiro Sérgio Neves da Rocha.
Estou;muito satisfeito com as atitudes deste mo-
vimento pró Parque,mesmo porque São Paulo tornou-
se uma cidade sem qualidede de vida e precisa,--
urgente de espaços como este,acrescento também,-
este Parque não só serve de lazer como podera,--
servir como utilitario instalando creche,oficina
proficionalizante,como carpintaria,marcenasria,--
costura e outros.
obrigado Budal.s
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