sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Ninguém contou prá Deuzeni...

Deuzeni, você não sabia que precisava de autorização* dos órgãos de proteção ambiental e de patrimônio para alterar os edifícios, acabar com a vegetação, matar árvores sadias, construir tanques no entorno das nascentes do Parque da Água Branca e para contratar obras milionárias sem propósito?

Você não sabia que o Parque da Água Branca era tombado?

A assessoria jurídica do FUSSESP, que elabora seus editais não te contou?

Os diretores do Parque Toninho Teixeira e Palmieri não te contaram?

A assessoria jurídica, o Secretário da Casa Civil, Antonio Marrey e o Secretário de Agricultura, João Sampaio, que assinaram o decreto de ocupação compartilhada do Parque com o FUSSESP e vários contratos de obras, não te contaram?

O Procurador do Estado não te contou?

O Governador do Estado, Alberto Goldman, também não te contou?

Esse Governo de São Paulo não conta nada....


Mas nós, frequentadores do Parque da Água Branca te contamos, Deuzeni!

Nós te entregamos um abaixo-assinado com milhares de assinaturas dizendo que suas obras de revitalização do Parque desrespeitavam a legislação e os tombamentos.

O promotor de Meio Ambiente do Ministério Público de São Paulo te contou, em reuniões e por meio de documentos.

A imprensa te contou.

O que você não sabia, e ficou sabendo, é que o Parque da Água Branca é amado e respeitado por frequentadores que conhecem tudo sobre ele - legislação, história, estudos, árvores, matinhas, flores, patos, galinhas, pavões, nascentes, bosque - e irão sempre defende-lo daqueles que querem acabar com a sua importância na memória e na cultura - de São Paulo e de cada um de nós.

Tchau Família Goldman! Tchaaaaauuu Deuzeni!!!!

por Jupira.

* "Não sabia que precisava da autorização"
Deuzeni Goldman, primeira-dama do Estado para o Jornal Estado de São Paulo em 09/12/10


''Não sabia que precisava de autorização''
Deuzeni Goldman, primeira-dama do Estado
09 de dezembro de 2010 | 0h 00
Rodrigo Brancatelli - O Estado de S.Paulo
A areia da cocheira do Parque da Água Branca, na zona oeste da capital, está completamente esburacada, repleta de furos perfeitamente redondos e simétricos, como se algum tipo de máquina tivesse passado de repente por ali. A máquina, na verdade, é o salto de quase quatro centímetros da primeira-dama do Estado, Deuzeni Goldman, que caminha elegantemente de um lado para o outro das cocheiras para inaugurar a decoração de Natal do parque e cumprimentar conhecidos.
Terninho verde e óculos de sol que cobrem quase todo o seu rosto, ela não cansa - nem desacelera quando seu salto prende na areia. Deuzeni segue deixando a sua marca no Parque da Água Branca, alheia a toda sorte de polêmicas e imbróglios.
Deuzeni Goldman é presidente do Fundo de Solidariedade e Desenvolvimento Social e Cultural de São Paulo (Fussesp), cuja sede fica no parque. Em quase oito meses de gestão, foram mais de dez intervenções no local e cinco placas de inauguração. O Ministério Público Estadual, no entanto, afirmou que as mudanças só aconteceram de forma tão rápida porque Deuzeni não se importou com o licenciamento ambiental, tampouco pediu autorização aos órgão de patrimônio. A Justiça concedeu então uma liminar anteontem paralisando as obras. Resultado: a 22 dias do fim do mandato, Deuzeni já se ressente de não conseguir completar o seu plano para o parque.
A senhora ficou magoada com a paralisação das obras?
Não é nem magoada. É preocupada com o trabalho de revitalização. Vamos agora tentar readequar e falar com os órgãos de patrimônio para saber o que está acontecendo, qual é a divergência. Fizemos a nossa parte.
O promotor responsável pelo caso afirmou em sua ação que vê "personalismo e autoritarismo" no parque. A senhora considerou isso um ataque pessoal?
Eu não sou nada autoritária, o pessoal que me conhece sabe bem, tenho uma equipe que entra na minha sala a qualquer hora. Trabalho sempre de porta aberta, falo com todas as pessoas do parque, estou sempre circulando. Não sou autoritária. O promotor está um pouco equivocado.
No pedido de liminar, o MP afirma que a senhora não teve autorização dos órgãos de defesa do patrimônio. O Conpresp, que é o órgão municipal, não deferiu ainda o pedido de...
A gente tem muita obra que nem sabia que precisava pedir autorização. Como o parque é estadual, a gente pedia autorização para o órgão estadual.
Mas para uma obra desse tamanho não seria necessário ao menos procurar a legislação? A lista de bens tombados do Conpresp está na internet.
Para ser bem sincera, eu não sabia. Eu não sabia que era tombado pelo Conpresp.
A Promotoria ainda afirma que não houve autorização para cortar a vegetação rasteira do bosque, que deu lugar a uma pista de cooper.
Não tinha vegetação rasteira, tinha mato. Tinha entulho de obra, porque aquilo era um lixão. Tinha fio, tinha concreto, tinha tijolo. Inclusive encontramos muitas seringas e camisinhas, um monte. Era um local degradado do parque, um ambiente que as pessoas usavam para fazer coisas ilícitas. A partir do momento que limpamos, encontramos 11 exemplares de pau-brasil. Não tinha vegetação de bosque da Mata Atlântica, como o MP falou, aquilo era um aviário antigamente. Na trilha não foi tirada nenhuma árvore.
As obras vão ficar para a próxima gestão?
A gente vai continuar vendo o que pode ser resolvido nessa gestão, e aí torcer para que a próxima gestão possa equacionar todas essas polêmicas.

2 comentários:

Elizabeth disse...

Isso parece aquelas historias que aconteciam no interior, no século passado. São Paulo caminhou de ré. Vai tarde o casal, pior que vem mais do mesmo no lugar.

Unknown disse...

Mas agora ela já sabe e quer cortar mais árvores de valendo de autorizações com ressalvas expedida pelo Condephaat. Não vamos deixar!!!

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