sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Estacionamento público ou privado?

Soube recentemente que o estacionamento do Parque da Água Branca será privatizado, ou  seja, por meio de uma licitação, a Secretaria de Estado da Agricultura (responsável pelo parque), entregará os estacionamentos para alguma empresa administrar e lucrar. Quem for ao parque já poderá ver o início das obras para adequar os estacionamentos para a privatização.

Por que privatizar? De acordo com a  administração do Parque, o estacionamento terceirizado trará recursos financeiros para o Parque e também possibilitará mais segurança para os carros.

Será que teremos  mais um estacionamento cobrando absurdos? Para se ter uma idéia, o preço do estacionamento da Estação Pinacoteca é (muito) mais caro que o valor da entrada neste museu, o mesmo ocorre no espaço Catavento, onde você paga 6 reais para entrar e 8 reais para estacionar (3 horas + 2 reais demais horas).

Neste estacionamento, qual será o valor cobrado por hora? Numa concorrência pública o governo pode determinar um parâmetro para o preço do serviço a ser terceirizado, ou seja, pode determinar que a hora estacionada não poderá ultrapassar o valor de um real, por exemplo.


Seria importante tornar públicas as planilhas e estudos realizados para esta terceirização, para saber o que, efetivamente, sobrará de recursos financeiros para o Parque - já que esta é a grande justificativa, levando em conta que este não é uma unidade orçamentária do estado, ou seja, dentre outras coisas que poderia receber receber recursos financeiros diretamente, e que não consta nenhum decreto por enquanto autorizando isso.

Cobranças de entrada (não é o caso do Parque) e de estacionamento geram somente mais restrições para quem não tem ou tem pouco dinheiro para passear, principalmente se a família é grande. Aos finais de semana é muito frequente ver o parque cheio de pais com filhos, e como a condução em São Paulo é cara, muitas vezes sai mais barato e confortável ir com o carro passear. De bicicleta não dá para levar a molecada e o lanche...

Todos sabem que faltam vagas para estacionar nas proximidades. Um estacionamento pago vai servir mais à região (empresas próximas) que aos frequentadores do Parque. Uma vez que é pago, dificilmente o usuário será questionado se vai para o Parque ou para a Villa Country ou consultório médico, por exemplo. Talvez falte vaga para o frequentador do Parque. E pouco importa quem pagou, pois dinheiro é dinheiro, certo?

E estacionamento é uma coisa maluca. Bastou fechar o da rua Dona Ana Pimentel que do "nada" um portão se abriu nesta mesma rua e surgiu um estacionamento (do Baby Barioni) com funcionário uniformizado e tudo, cobrando 10 reais para estacionar. Arrisco a dizer que após a implantação do estacionamento pago, a CET transformará as vagas das ruas adjacentes ao parque em Zona Azul, como ocorreu em vários outros locais que ganharam estacionamentos pagos.

Como ficarão visualmente estes acessos do Parque, levando em conta seu tombamento? Descaracterizados, obviamente.

Como ficará a logística dos eventos que ocorrem no parque? Caminhões de carga e ônibus entrarão por onde?

Fica no ar a última questão:  por que o governo estadual gasta o dinheiro público para reformar o estacionamento e depois entregar para iniciativa privada usufruir?

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